Em uma disputa acirrada, Léo Boy, recebeu 238 pontos dos jurados em cerimônia realizada nesta sexta (10), na Praça Municipal
Com 238 pontos, Leandro França dos Santos, 29 anos, foi eleito a Rei Momo 2012 e comandará durante os seis dias de folia da maior festa popular do planeta: o Carnaval de Salvador. O agente comunitário – nascido em Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação (a 74 km da capital baiana, no Recôncavo Baiano) e morador do bairro de Fazenda Coutos, em Salvador – ganhou o prêmio de R$ 15 mil e receberá as chaves da cidade das mãos do prefeito João Henrique, na Praça Thomé de Souza, às 18h30, da próxima quinta-feira (16).
Durante a eleição – que também ocorreu na Praça Municipal, na noite desta sexta-feira (10) –, Léo Boy, que possui 138 quilos e 1,85 metro de altura, recebeu a coroa e o mastro do Rei Momo 2011, Edgar Passos. “Quero agradecer em primeiro lugar meu amigo Geobaldo por este momento. Pessoal, uma moça me parou uma vez no Campo e me perguntou porque eu não me inscrevia no concurso. Sou de Acupe, Santo Amaro da Purificação, meu reinado vai ser de paz e não vai faltar Jorge Amado pelos seus 100 anos que completaria, vai ter muita cultura, como as caretas de Acupe que me acompanharam aqui. O mundo só vai mudar com arte, cultura e educação”, disse emocionado aos seus agora súditos que acompanharam o desfile dos “gordinhos”, acompanhado pela orquestra do Maestro Reginaldo Xangô.
De acordo com o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Claudio Tinoco, a disputa foi acirrada. “Agradecemos a todos os candidatos que se fantasiaram e entraram no espírito carnavalesco. Há 2 anos resgatamos a tradição do Rei Momo gordinho e de representação popular. O Rei Momo 2012 é do povo, legítimo personagem do Carnaval de Salvador”, ressaltou Tinoco se referindo a Léo Boy que escolheu como fantasia o Bobo da Corte de Jorge Amado.
Para Fernando Boulhosa, presidente do Conselho Municipal do Carnaval (ComCar), a realização do concurso do Rei Momo deu o pontapé inicial para a festa momesca. “Já é Carnaval Salvador e tenho certeza que o Rei Momo representará muito bem a alegria do povo baiano”.
Candidatos
Os dez candidatos – Seu Barriga, Léo Boy, Rei Momo da Paz, Dilsinho da Bahia, Pedro Balbino, Alan Rangel, Wesley Gabú, Pitico Paiva, Sidney Ramos e Edgar Passos – investiram na criatividade para conquistar o trono da maior festa de rua do mundo. Teve Vadinho de Dona Flor e seus dois maridos, Rei Africano, Rei Brincalhão, Rei Momo de Jorge Amado, Marujo de Mar Morto, Cavalheiro da Alegria, Bobo da Corte de Jorge Amado, Rei Momo tradicional, Rei Momo da Paz e até Tieta. Com irreverência e alguns com torcida organizada, os selecionados para participar da segunda etapa do concurso animaram o público presente na Praça Municipal.
Eles passaram pelo crivo de uma comissão julgadora, formada por representantes dos governos municipal e estadual, profissionais da imprensa e pessoas de notoriedade da sociedade baiana. Além de Claudio Tinoco, que presidiu a mesa, participaram do júri, Arany Santana, da Secretaria Estadual de Educação (Secult); Eliana Pedroso, produtora cultural e artística; os vereadores de Salvador Geraldo Júnior, Moisés Rocha, Dr. Pitangueira e Téo Senna; o cantor de arrocha Pablo; os jornalistas Daniela Prata (Rádio Tudo FM) e Juracy dos Anjos (Jornal A Tarde); e Rubinho dos Carnavais – homenageado com o troféu “Archimedes Silva” por sua contribuição ao Carnaval de Salvador.
Aberta ao público, a festa também foi animada pelas bandas Piripak e Mulheradas. O concurso é promovido pela Federação Baiana das Entidades Carnavalescas, com apoio da Prefeitura, através da Saltur, e do Conselho Municipal do Carnaval (ComCar).
Ao todo, 35 pessoas se inscreveram no concurso, mas apenas 12 preencheram os pré-requisitos de ter peso mínimo de 100 quilos, ser brasileiro e morar na Bahia, ter entre 18 e 60 anos e pelo menos 1,60 de altura. “Os 12 concorrentes participaram de uma votação popular através do Portal Oficial do Carnaval (www.carnaval.salvador.ba.gov.br) e apenas nove passaram para esta fase final. Foram computados 28.152 votos e, ao lado do Rei Momo 2011, eles disputaram para encarnar o personagem tradicional da folia momesca deste ano”.
Para comandar os seis dias de folia da maior festa de rua do planeta, o Rei Momo deveria ter simpatia, animação, ritmo e espírito carnavalesco, ser comunicativo, além de se apresentar caracterizado. Segundo o presidente da Federação, Jairo da Mata, Léo Boy – que possui um filho de 8 anos e espera pelo segundo, com três meses de gestação – desfilará para seus súditos no trio elétrico da Alegria no circuito Dodô (Barra/Ondina), com o cantor Netinho. O Carnaval de Salvador acontece entre os dias 16 e 21 de fevereiro e homenageará os 100 anos de Jorge Amado que completaria este ano.
Assessoria de Imprensa/SALTUR
Alta infestação e chuvas aumentam risco de epidemia de dengue em Salvador
Capital baiana tem quatro bairros com índice de infestação do mosquito da dengue acima de 10%
12.11.2011 | Atualizado em 12.11.2011 - 08:44
Visualizações: 408
Tamanho da letra: -A | +A
Não avaliado ainda. Seja o primeiro quem avaliou este item!
Clique na barra de avaliação para avaliar este item.
Florence Perez e Anderson Sotero
florence.perez@redebahia.com.br
A luz piscando sem parar em quatro bairros de Salvador, dessa vez, não é uma sinaleira quebrada. É o alerta para o risco de epidemia de dengue em Valéria, Periperi, Praia Grande e Tancredo Neves, onde o índice de infestação do mosquito transmissor da doença é maior que 10%. A taxa máxima recomendada pelo Ministério da Saúde é 3,9%.
O índice foi detectado no Levantamento de Infestação Predial do Aedes Aegypti (Lira) realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) entre 31 de outubro e 4 de novembro. A análise aponta que a capital baiana está com infestação de 3,5%. Em maio, a taxa da cidade era de 6% – considerada de alto risco.
“O Lira sinaliza as áreas que podem ocorrer epidemias. Quanto maior a infestação, que é a constatação da presença de mosquitos ou larvas, maior o risco de contaminação. Estamos em alerta”, afirma a coordenadora do programa municipal de controle da dengue, Eliaci Costa.
O sinal de alerta passou a piscar com mais intensidade devido às chuvas dos últimos dias, já que aumenta a possibilidade de acúmulo de água parada - propícia para a reprodução do mosquito.
Além disso, quando o Verão chegar com força, o calor será outro fator que vai influenciar no desenvolvimento das larvas do Aedes Aegypti.
Risco “É um período atípico de chuvas. Mas pode transformar-se em uma infestação, crítica ou não. Depende de como vão se desenvolver as larvas do mosquito”, afirma Eliaci Costa.
Já a infectologista Glória Teixeira dá dicas importantes para quando o sol reaparecer. “A população tem que virar cascas de coco, copos descartáveis e tudo que pode ser um novo criatório”, diz ela. O alerta é complementado por outro infectologista, Carlos Brites: “A dengue prefere água limpa, mas pode se reproduzir em qualquer água parada. O risco de epidemia é grande”.
Além dos quatro bairros que estão com índice de infestação superior a 10%, o mais recente Lira detectou três áreas com taxas entre 8% e 10%: Mirante de Periperi, Coutos e Vista Alegre.
O novo levantamento, que aponta bairros carentes como os mais vulneráveis em relação à dengue, tem uma tendência oposta ao Lira anterior, realizado em maio. Na época, o distrito sanitário Barra/Rio Vermelho apresentou um índice de infestação de 8%, o maior da capital baiana.
Buraco
Por conta das chuvas, moradores da rua Cosme de Farias, em Praia Grande, colocaram um pneu em cima de um buraco. Mas, enquanto o improviso pode evitar um acidente, também pode se tornar um foco para larvas.
“Botaram esse pneu porque alguém podia cair no buraco, mas o certo era a prefeitura consertar. Fica cheio de água”, observa a dona de casa Maria Cordeiro, 62. No local, garrafas e copos plásticos completam o cenário atraente para a reprodução do inseto. Moradora há 20 anos de Praia Grande, dona Maria tem medo. “Não pode vacilar. O mosquito é pequeno, mas mata”.
A coordenadora da SMS, Eliaci Costa, diz que a prefeitura tem investido no controle da doença e lembra da importância do papel da população no combate à dengue.
“Fazemos ações nesses locais, entregamos capas de proteção para reservatórios de água, temos agentes trabalhando em toda a cidade. Mas nosso trabalho depende também de cada cidadão fazer sua parte”, defende.
Funcionários do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) reclamam das dificuldades para fiscalização. O agente Antônio Silva conta que na avenida Beira Mar, Subúrbio Ferroviário, das 18 casas existentes, apenas três tinham moradores no momento da vistoria. “Hoje (ontem), já achamos alguns focos. Havia casas com tonéis e manilhas descobertas”, relata.
Interior
De acordo com a gerência técnica de dengue da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), 14 cidades do interior também realizaram o Lira e apenas duas apresentaram índice de infestação abaixo de 1% - Barreiras e Juazeiro. Jequié, Simões Filho, Ilhéus e Itabuna têm taxas acima de 4%. “Isto significa que há risco de epidemia na Bahia”, admite a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Maria Aparecida.
Até 22 de outubro, foram notificados 50.537 casos de dengue no estado – 10% a menos que no mesmo período em 2010. A dengue já causou 17 mortes no ano, sendo quatro em Salvador. “As cidades que registraram mais casos foram Salvador, Feira de Santana, Guanambi, Itabuna e Manoel Vitorino”, diz Aparecida.
As mortes ocorreram em Jequié, Madre de Deus, Lauro de Freitas, Porto Seguro, Remanso, Jussara, Bom Jesus da Lapa, Salvador, Cipó, Riacho de Santana, Conceição do Coité e Barreiras.